A Polícia Federal (PF) cumpriu ontem seis mandados de busca e apreensão em Londrina, Rolândia e Santa Mariana, como parte da segunda fase da Operação TrashNet (Lixo da Internet), que tem como foco investigar casos de pedofilia na rede mundial de computadores. Um estudante foi preso em flagrante na área central de Londrina depois que os policiais identificaram fotos de exploração sexual de menores de idade armazenadas no computador dele.
O homem preso, que teve a identidade preservada, é o terceiro que a PF tira de circulação desde o início da operação, em novembro do ano passado. Na primeira fase, outros 20 mandados de busca e apreensão haviam sido cumpridos.
O delegado-chefe da Polícia Federal em Londrina, Nilson Antunes da Silva, informou que os casos investigados ontem não possuem relação entre si. "Foi constatado de imediato que a pessoa tinha armazenado em seu computador cenas de sexo entre crianças e adolescentes, portanto foi trazida à delegacia e autuada em flagrante", explicou. A PF apreendeu ainda nas diligências cinco notebooks, quatro smartphones, três HDs (hard disks) externos e um tablet.
No início do mês passado, a PF já havia prendido em Londrina, com ajuda da polícia espanhola, outro suspeito de pedofilia. "Além de abusar, ele ainda filmava e distribuía as imagens na internet. Localizamos também as casas onde as crianças moravam, onde foram abusadas, os pais, fechamos todo o ciclo, que culminou na prisão desse pedófilo", afirmou Silva.
Segundo o delegado, cerca de 50 pedófilos foram identificados na região de Londrina e a PF investigando os suspeitos para tirá-los de circulação. "Recebemos de uma organização internacional diversas informações a respeito de pedófilos que estariam atuando no Brasil. A Polícia Federal mantém cooperação internacional com diversos órgãos, que nos municiam. A partir da distribuição dessas informações, veio uma parte para cá, passamos a trabalhar em cima e conseguimos identificar entre 20 a 50 pedófilos na região de Londrina. Posteriormente teremos novas investidas para dar fim nesse tão odioso crime", prometeu.
Para a PF, o número de pedófilos já identificados é grande, mas não surpreende, já que o crime de pedofilia se apresenta cada vez mais comum. "Não foi surpresa, pois se trata de um crime muito comum. Esse foi o que descobrimos. A pessoa sempre acha que não acontece perto dela, mas acontece sim. E muitas vezes, a criança não conta, o pai não percebe. Vamos trabalhar mais e temos certeza que vamos encontrar outros", observou.
O delegado lembrou o perfil do rapaz preso ontem para enfatizar o alerta aos pais a fim de evitar novos casos. "Era um jovem, entre 20 e 22 anos, de classe média, acima de qualquer suspeita. Então, o abusador dos nossos filhos pode estar dentro da nossa casa. Os pais devem observar, ficar atentos a qualquer mudança de comportamento, observar fisicamente a criança na hora do banho, por exemplo, para que em qualquer indício, levar às autoridades para que possamos atuar", indicou.
